18.3.2 Concordância de tempo com verbos / expressões idiomáticas que requerem o subjuntivo

Discutimos até agora a concordância de tempos em relação aos verbos que apresentam eventos como imaginados por alguém. Em relação aos verbos como pensar, acreditar, supor, presumir, sonhar, etc. Estes verbos requerem o indicativo. No entanto, existem outros tipos de verbos, que também apresentam eventos como imaginados por alguém, mas que também enfatizam uma atitude subjetiva em relação aos eventos e que, portanto, exigem o subjuntivo; estes são verbos como exigir, temer, querer, esperar, etc.. Existem também expressões idiomáticas que sublinham que os eventos não são descritos de uma forma neutra.

Comparar:

indicativo: Ela pensava que ele lhe tinha roubado o carro.
subjuntivo: Ela temia que ele lhe tivesse roubado o carro.

Embora existam dois tipos de verbos que descrevem processos como imaginados, um que requer o indicativo e outro que requer o subjuntivo, o problema básico é o mesmo. Em ambos os casos a ordem cronológica deve ser respeitada, deve ficar claro se os eventos ocorreram antes de serem imaginados/contados, ao mesmo tempo ou depois de terem sido imaginados/contados.

Não há diferença entre o espanhol e o francês no que diz respeito ao sistema geral. Como no caso do indicativo, também no caso em que o verbo requer o subjuntivo, deve ser feita uma distinção.

o sistema português
o ponto de referência é o presente  
antes: Eu temo / espero / quero que você tenha feito isso.
ao mesmo tempo: Eu temo / espero / quero que você faça isso.*
depois: Eu temo / espero / quero que você faça isso.*
o ponto de referência é o pasado  
antes: Eu temia / esperava / queria que ele o tivesse feito.
 
ao mesmo tempo: Eu temia / esperava / queria que ele o fizesse.*
      
depois: Eu temia / esperava / queria que ele o fizesse.*

* Neste caso há uma diferença entre um verbo que requer o indicativo e um que requer o subjuntivo. O subjuntivo tem menos tempos e por isso não é possível distinguir entre uma situação em que os eventos ocorrem ao mesmo tempo que são imaginados/contados e uma situação em que ocorrem depois de serem imaginados/contados. Em ambos os casos é usado o presente do subjuntivo (faça ) ou o imperfeito do subjuntivo (fizesse).

Em francês, surge outro problema. Como já mencionámos várias vezes, o imparfait subjonctif não é mais usado hoje, caiu em desuso no francês falado hoje e com o imparfait subjonctif também o plusqueparfait subjonctif, porque o imparfait subjonctif do verbo haber (avoir / ser) é necessário para o formar. Isto significa que o modelo português, como mostra a tabela acima, corresponde ao modelo do francês literário, quando o imparfait subjonctif ainda estava em uso e o passé simple ainda não tinha sido substituído pelo passé composé. Existem, portanto, dois modelos em francês, um correspondente ao francês literário, que se assemelha ao sistema português atual, e outro que corresponde ao francês atual. Nos capítulos seguintes, apresentaremos os dois modelos.






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