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  1.7 Como soa o francês?

Antes de falarmos dos detalhes, vamos ouvir um dos poemas franceses mais famosos, "Barbara", de Jaques Prèvert.

  Rappelle-toi Barbara Lembre Barbara
Il pleuvait sans cesse sur Brest ce jour-là
Et tu marchais souriante
Épanouie ravie ruisselante
Sous la pluie
Rappelle-toi Barbara
Il pleuvait sans cesse sur Brest
Et je t'ai croisée rue de Siam
Tu souriais
Et moi je souriais de même
Rappelle-toi Barbara
Toi que je ne connaissais pas
Toi qui ne me connaissais pas
Rappelle-toi
Rappelle-toi quand même ce jour-là
N'oublie pas
Un homme sous un porche s'abritait
Et il a crié ton nom
Barbara
Et tu as couru vers lui sous la pluie
Ruisselante ravie épanouie
Et tu t'es jetée dans ses bras
Rappelle-toi cela Barbara
Et ne m'en veux pas si je te tutoies
Je dis tu a tout ceux que j'aime
Même si je ne les ai vus qu'une seule fois
Je dis tu as tout ce qui s'aiment
Même si je ne les connais pas
Rappelle-toi Barbara
N'oublie pas
Cette pluie sage et heureuse
Sur ton visage heureux
Sur cette ville heureuse
Cette pluie sur la mer
Sur l'arsenal
Sur le bateau d'Ouessant
Oh Barbara
Quelle connerie la guerre
Qu'es-tu devenue maintenant
Sous cette pluie de fer
De feu d'acier de sang
Et celui qui te serrait dans ses bras
Amoureusement
Est-il mort disparu ou bien encore vivant
Oh Barbara
Il pleut sans cesse sur Brest
Comme il pleuvait avant
Mais ce n'est plus pareil et tout est abîmé
C'est une pluie de deuil terrible et désolée
Ce n'est même plus l'orage
De fer d'acier de sang
Tout simplement des nuages
Qui crèvent comme des chiens
Des chiens qui disparaissent
Au fil de l'eau sur Brest
Et vont pourrir au loin
Au loin très loin de Brest
Dont il ne reste rien.

Choveu incessantemente em Brest naquele dia.
E tu andavas por aí sorrindo.
radiante alegre molhado
Na chuva
Lembra-se Barbara.
Choveu incessantemente em Brest
E eu conheci você na Rua Siam
Estava a sorrir.
E eu estava a sorrir da mesma maneira.
Lembra-se Barbara.
Você que eu não conhecia.
Tu que não me conhecias.
Lembra-se
Apesar disso lembra-se daquele dia.
Não se esqueça de que
Havia um homem num alpendre que estava a abrigar-se
E ele gritou o teu nome.
Bárbara
E você correu para ele na chuva
radiante alegre molhado
E você atirou-se para os braços dele
Lembra-se disso Barbara.
E não me culpe se eu a trato por você
Eu digo você a todos os que amo.
Embora só os tenha visto uma vez
Eu trato por você tudos o que amo
Mesmo se eu não os conheça.
Lembra-se Barbara.
Não se esqueça
Esta chuva sábia e feliz
No seu rosto feliz
Sobre esta cidade feliz
Aquela chuva no mar
Sobre o arsenal
Sobre barco de Ouessant
Oh, Barbara.
Que guerra da treta.
Que você se tornou agora?
Sob esta chuva de ferro
De fogo de sangue de aço
E aquele que segurou a você em seus braços
Amorosamente
Ele está morto ou ainda está vivo?
Oh, Barbara.
Está sempre a chover em Brest.
Como costumava chover
Mas não é a mesma coisa e está tudo danificado
É uma chuva de luto terrível e aborrecida
Já nem sequer é a tempestade.
De aço de ferro de sangue
Simplesmente nuvens
Que morrem como cães
Cães desaparecidos
Sobre a água em Brest
E vão apodrecer.
Longe, muito longe de Brest
Do quale não resta nada.


Jaques Prèvert
 





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